Se somos anjos que perdemos as asas, anjos caídos, imagem e semelhança do Criador, enfim, me sinto um quase anjo derrotado. E acho que é isso que a humanidade toda sente ao se deparar com tanta violência e açoites à integridade física e mental presenciadas quase em tempo real nas TV´s, sites, blogs, rádio. A mídia transforma a linearidade do tempo e torna tudo presente quand quer e quando quer também transforma tudo em passado (veja que não se fala mais do goleiro Bruno e a notícia da hora é a morte do filho de Cissa Guimarães). Bom, mas não quero falar da mídia, essa serpente que torna o impossível possível e vice versa.
Falo do sentimento particular de derrota ao ver tanta frieza nas ações humanas, nos atos de violência e estupidez que nos ronda. Essa porção anjo sabemos que vem acompanhada de uma porção má também. Mas quando esta última se sobressai o que dá pra perceber é que o processo de humanização, de aperfeiçoamento espiritual, cultural, estético já alçados pela humanidade nesses milhares de anos nos faz deparar com a primitividade da violência, com a capacidade de racionalizar a maldade e de sofisticar os meios de inflingi-la a outro ser humano. Ao ver essas histórias de Mércia Nakashima, Eliza Samúdio, assistimos coletivamente a um espetáculo onde quem perde somos nós humanos, todos. Sei que são histórias distantes de nós, mas acabo me solidarizando com a dor de quem foi enganado, sacrificado em nome de interesses puramente materiais. O sentimento de derrota é reforçado a cada dia também quando vemos a política eleitoral aperfeiçoando seus meios de manipular os "pobres", o péssimo atendimento do serviço público, a destruição ambiental com a conivência dos governantes...são tantos exemplos que me sinto pessimista em relação ao ser humano. Sei que isso não é bom, mas é como me sinto nessas últimas semanas.
Um abraço a todos e todas.
domingo, 25 de julho de 2010
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